Palestra – A Questão Racial e o Futuro da Bioenergética

Palestrante: Maria Cristina Francisco

24º IIBA Congresso Internacional em Bioenergética – 2017
Toronto – Canadá.

Agradeço imensamente o convite deste Instituto Internacional de Análise Bioenergética na pessoa querida Liane Zink, Rebeca Berger, Odila Weigang e Léia Cardenuto, para mim é uma honra, um desafio diante da importância deste evento e também por tratar de questões invisibilizadas. Estou profundamente emocionada, pois se trata do aniversário de 60 anos desta Instituição, que me ajudou a conhecer e reconhecer o meu corpo. É importante ressaltar que a pessoa quem trata deste tema é uma pessoa negra, que foi e ainda é objeto de preconceito racial, então tenho uma experiência direta e pessoal com o tema, que será contado.

A Questão Racial

Você é o seu corpo – Alexander Lowen
O corpo humano é a grande morada das nossas experiências atuais e do nosso passado. A segregação racial histórica da América do Norte e da América do Sul contribuiu para um isolamento teórico diante do sofrimento causado pelo racismo, nos cegando para a especificidade do corpo negro. Precisamos fazer contato com o lugar (conceito sócio-histórico) de onde fala este corpo. É importante percebermos os valores das diferenças culturais num mundo compartilhado – há uma difícil convivência.

Brasil

Somos um povo miscigenado. O samba simboliza esta diversidade cultural que buscou a alegria por meio da dor. Uma energia que pulsa, transpira e nos transmite esta dualidade sentimental.

A História Social do Brasil – Colônia e Escravidão

A formação social de um país se conhece através do seu modo de produção. No Brasil ocorreu o modo de produção escravista colonial pelos portugueses desde sua descoberta em 1500.

O regime escravista de trabalho durou 354 anos, mais de cinco milhões de negros foram transportados em condição de mercadoria e maus tratos. Como estratégia de enfraquecimento unia-se o negro em diferentes culturas e religiões, num processo de aculturação diante da perda de suas raízes, tradições, língua e identidade originais. Viviam em péssimas condições nas senzalas, desumanizados e brutalizados.

A abolição da escravidão tem apenas 128 anos e ocorreu em 13/05/1888.

Não houve nenhuma política pública de reparação social para esta população, que havia construído este país. Diante do quadro enorme de desigualdade e desamparo foi e ainda é difícil para a pessoa negra sair da invisibilidade, firmar sua identidade e denunciar o racismo em suas diversas manifestações.

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Vencedora do Trabalho Social apresentado no 24º IIBA Congresso Internacional em Bioenergética: “Ponto de Encontro entre Mulheres e Homens Negros” – Toronto – Canadá – 24 a 28/05/2017. Veja o poster ampliado.